Imagem: Banco de Imagens
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Até a indústria farmacêutica acompanhou a onda de crescimento de compras virtuais durante o período de isolamento social, mesmo com as lojas físicas abertas para a população. Segundo a Associação Brasileira das Redes de Farmácias (Abrafarma), entre fevereiro e março de 2020, as vendas de e-commerce subiram 85,36%. No acumulado de janeiro a abril, o crescimento foi de 72% em relação ao mesmo período de 2019.

Dois fatores foram determinantes para este aumento: a flexibilização da legislação para a venda de medicamentos controlados e o medo da exposição ao vírus. Para o presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, o setor teve um salto em poucos meses que era esperado em cinco anos.

— Até 2019, menos de 1% das vendas eram online. Agora, já é o dobro. Cerca de 80% das redes nem disponibilizavam essa forma de compra. Sabíamos que estávamos atrasados, e nos aprimorar era um objetivo, mas tudo está acontecendo muito mais rapidamente do que imaginávamos.

Descontos e frete grátis
Para atrair o cliente para este canal e estimular a compra de outros produtos, as redes estão oferecendo descontos.

— Estamos também diminuindo o valor, com frete grátis. Queremos proporcionar uma boa experiência para o consumidor — afirma Armando Ahmed, presidente da Drogaria Venâncio.

As empresas também estão apostando na integração entre os canais de vendas (site, aplicativo, telefone e WhatsApp). As entregas costumam ser rápidas, porque os produtos saem das milhares de lojas físicas espalhadas pelos diferentes bairros.

— Transformamos nossas lojas em pequenos polos de entrega, com a implementação do delivery express. O cliente liga na filial mais próxima e recebe o pedido em casa. O serviço é mais uma conveniência para atender às necessidades das pessoas que querem permanecer em casa — afirma Adriano Tavollassi, gerente-digital e omnichannel do Grupo DPSP, das marcas Drogarias São Paulo e Pacheco.

Compra virtual beneficia grandes redes
Quem já estava estruturado para vender em canais digitais está com um ampla vantagem neste momento. A líder do setor, a Raia Drogasil, começou sua transformação digital no ano passado e, agora, se permite ir apenas acrescentando funcionalidades em seu site.

De acordo com a empresa, a modalidade Compre & Retire já está disponível em todas as unidades, e o número de lojas com entregas totalizou 191 unidades em 46 cidades, em março, frente a 131 lojas em 27 municípios, no fim de 2019. O objetivo é chegar a 340 pontos em 174 localidades do país, até o fim de junho, o que é considerado fundamental para alavancar as entregas rápidas com abrangência nacional.

Enquanto isso, as redes mais locais estão, muitas vezes, iniciando agora seu projeto digital.

— As redes regionais estão tendo que antecipar a modernização dos canais de venda — diz Marcelo Camorim, consultor e conselheiro do setor farmacêutico.O que ficou claro para todas é que o online veio para ficar.

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Queda na vendas no ano
Apesar de o setor ser considerado essencial, as compras em farmácias diminuíram. Em abril deste ano, a venda em lojas físicas foi 3,6% menor ao comparar com o mesmo período de 2019. Em relação a março deste ano, o faturamento total teve queda de 22%.

Especialistas apontam que o comportamento do consumidor sempre foi presencial, e poucas empresas apostaram no investimento online, que agora se mostra necessário.

— As vendas caíram em relação a produtos dermocosméticos, protetores solares e maquiagens, entre outros. E há os desafios de se manter funcionando e proteger funcionários e clientes. Neste sentido, é interessante incentivar as compras digitais — diz Alberto Serrentino, consultor e fundador da consultoria Varese Retail.

Fonte: Panorama Farmacêutico, com informações do jornal Extra